O Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG) é uma iniciativa do Observatório do Clima que compreende a produção de estimativas anuais das emissões de gases de efeito estufa (GEE) no Brasil, documentos analíticos sobre a evolução das emissões e um portal na internet para disponibilização de forma simples e clara dos métodos e dados do sistema.

Além de identificar as emissões de gases de efeito estufa, o SEEG mapeou e compilou, de maneira didática, ações de mitigação e adaptação no âmbito municipal a fim de promover o desenvolvimento sustentável com redução de emissões, instrumentalizando e engajando atores-chave para enfrentarem esse desafio.

Atualmente, o SEEG aponta 87 soluções nos setores de Transportes, Energia Elétrica, Resíduos, Agropecuária e Mudanças de Uso da Terra e Florestas.

REFERÊNCIA METODOLÓGICA

As Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa são geradas segundo as diretrizes do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), com base na metodologia dos Inventários Brasileiros de Emissões e Remoções Antrópicas de Gases do Efeito Estufa, elaborado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), e em dados obtidos junto a relatórios governamentais, institutos, centros de pesquisa, entidades setoriais e organizações não governamentais.

A metodologia do SEEG foi publicada na revista científica Scientific Data, do grupo Nature, em 2018. Para acessar a metodologia completa acesse aqui.

ESCOPO

O SEEG avalia os cinco setores que são fontes de emissões – Agropecuária, Energia, Mudanças de Uso da Terra, Processos Industriais e Resíduos com o mesmo grau de detalhamento contido nos inventários de emissões. Os dados disponibilizados na Coleção 9 do SEEG constituem uma série que cobre o período de 1970 até 2020, exceto para o setor de Mudança de Uso da Terra, que tem a série de 1990 a 2020. O período anterior a 1990 não é coberto pelos inventários de emissões. Os dados do SEEG são também apresentados de forma alocada pelos 26 Estados e o Distrito Federal. Em 2020, a alocação dos dados chegou a 96% (apenas 4% das emissões não puderam ser alocadas em algum estado).

Os dados incluem emissões e remoções de GEE. São disponibilizados para consulta também os dados de Bunker (emissões por transporte internacional marítimo e aéreo).

Nas Coleções SEEG 6 e 7 foi incluído o primeiro experimento de alocação das emissões no nível municipal para todos os mais de 600 municípios do Estado de São Paulo cobrindo o período de 2007 a 2015. 

A partir da coleção SEEG 8, iniciou-se a alocação das emissões em todos os municípios brasileiros cobrindo o período de 2000 a 2018. Os dados municipais são publicados alguns meses depois da publicação dos dados do Brasil e Estados.

GASES CONSIDERADOS

O SEEG considera todos os gases de efeito estufa contidos no inventário nacional como CO2, CH4, N2O e os HFCs, e os dados são apresentados também em carbono equivalente (CO2e), tanto na métrica GWP (potencial de aquecimento global) como GTP (potencial de mudança de temperatura global) e segundo os fatores de conversão estabelecidos no 2o, 4o e 5o relatório do IPCC (AR2, AR4 e AR5). A partir da Coleção 5, o padrão da plataforma passou a apresentar, por padrão, os dados nos fatores de conversão GWP AR5, o mais recente e atualizado (e também o fator utilizado na NDC brasileira). Porém todas as outras modalidades continuam disponíveis para consulta na plataforma (Ex. CO2e GWP AR2).

EMISSÕES E REMOÇÕES NÃO CONSIDERADAS NO INVENTÁRIO (NCI)

Adicionalmente, a partir da Coleção 4 do SEEG foi incluído, de forma experimental, a estimativa de emissões e remoções de carbono no solo devido às práticas agrícolas. Essas emissões e remoções não estão contempladas nos inventários nacionais do Brasil (NCI), mas são parte importante da conta para atingir a meta do Brasil no Acordo de Paris (NDC).

NOVO MÉTODO DE ESTIMATIVA DE EMISSÕES PARA MUDANÇAS DE USO DA TERRA

A partir da Coleção 8.0 do SEEG, foi implementada a aplicação do método de matrizes de transição de uso do solo para calcular as emissões e remoções por mudanças de uso de solo e florestas. A base de dados para as matrizes de transição são os mapas anuais de cobertura e uso do solo produzidos pelo MapBiomas. Apenas no ultimo ano da série ainda se utilizam os dados de desmatamento como proxy para cálculo das emissões por necessitar de um kernel de três anos para confirmar as transições (-1, 0 e +1). No caso das estimativas municipais utiliza-se apenas o método das matrizes de transição.

PLATAFORMA DE DADOS

Todos os dados do SEEG são disponibilizados em plataforma digital, onde pode-se consultar os dados diretamente, assim como também obter por download a base de dados completa, com mais de 150 milhões de registros, já preparada para consultas com tabelas dinâmicas. Os principais dados de atividade utilizados nos cálculos também são disponibilizados através da plataforma onde também é possível acessar infográficos sobre as emissões de cada setor, notas metodológicas que explicam detalhadamente como o levantamento e produção de dados são realizados e uma avaliação da qualidade dos dados.

OUTROS PAÍSES

A partir de 2014, o SEEG passou a ser adotado por coletivos de outros países. O primeiro SEEG implementado fora do Brasil foi o Peru, e o segundo na Índia.